Tablet Wacom Bamboo funcionando no Slackware
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Oba!!! A minha Wacom Bamboo também já está instalada aqui no computador novo. O rabisco aí em cima foi feito nela e no GIMP. Tá, tá, eu tenho que melhorar, eu vou, prometo.
Mas enfim, depois do kernel 2.6.24 o driver dela já vem funcionando beleza, mas eu andei mudando algumas coisas aqui e ao invés de compilar o meu próprio kernel como sempre fiz, estou usando o padrão do Slackware (como já havia feito com o Vim). Só que - dã - o módulo wacom não está compilado por padrão no kernel. Vou ter que fazer o movimento-dos-slackers-que-usam-mesinha-para-fazer-rabisco e pedir para habilitar o bicho. ;-)
Aí fiquei na dúvida: volto para o meu velho esquema? Perguntei para a galera do #slackware na Freenode e me deram uma boa dica: parece que o pessoal que mantinha o módulo da wacom antes de ser incorporado no kernel continuam mantendo ele como um arquivo separado para download. Batata. Fui no site do projeto, fiz download da última versão, compilei o bicho, instalei, modprobe wacom e pimba, tudo funcionando, o dmesg já "cuspiu" algumas mensagens sobre a tablet.
Ainda faltava alterar o udev para criar o device em algum lugar mais, digamos, identificável. Seguindo as instruções do site, eu criei o arquivo /etc/udev/rules.d/10-wacom.rules com o seguinte conteúdo:
KERNEL=="event*", SYSFS{idVendor}=="056a", SYMLINK="input/wacom"
Agora tenho o device /dev/input/wacom que vou poder utilizar no próximo passo, que é contar para o X que eu tenho um dispositivo novo para brincar. Alterei (fazendo backup antes) o xorg.conf com as seguintes configurações, primeiro na seção ServerLayout:
InputDevice "stylus" "SendCoreEvents" InputDevice "eraser" "SendCoreEvents" InputDevice "cursor" "SendCoreEvents" InputDevice "pad"
Logo depois, algumas seções InputDevice, que coloquei logo após a última que havia lá:
Section "InputDevice" Driver "wacom" Identifier "stylus" Option "Device" "/dev/input/wacom" Option "Type" "stylus" Option "USB" "on" EndSection Section "InputDevice" Driver "wacom" Identifier "eraser" Option "Device" "/dev/input/wacom" Option "Type" "eraser" Option "USB" "on" EndSection Section "InputDevice" Driver "wacom" Identifier "cursor" Option "Device" "/dev/input/wacom" Option "Type" "cursor" Option "USB" "on" EndSection Section "InputDevice" Driver "wacom" Identifier "pad" Option "Device" "/dev/input/wacom" Option "Type" "pad" Option "USB" "on" EndSection
Depois disso, é melhor fechar o X, remover e recarregar o módulo wacom só para desencargo de consciência e abrir o X novamente. A caneta já deve funcionar como um mouse, e agora o lance é só configurar os aplicativos para usarem a tablet. No GIMP, é a opção que fica em Arquivo -> Preferências -> Dispositivos de Entrada -> Configurar Dispositivos de Entrada Extendidos:
Quando clicado ali vai aparecer outro diálogo com os dispositivos que informamos no xorg.conf, pad,stylus,eraser e cursor. O lance é configurá-los para usar a Janela ou a Tela:
Depois disso, a tablet já começou a começou a responder aos níveis de pressão, tudo certinho. Agora é melhorar os rabiscos!
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Em momento fiz alguma exaltação, só listei os passos necessários para fazer a tablet funcionar.
Para a coisa ficar automática, agora que o módulo vem por padrão no kernel (e, como disse, talvez até nas versões vindouras do Slackware) é só os utilitários de configuração do Xorg criarem essas configurações automaticamente. Quem sabe alguém não hackeia os ditos cujos para fazer isso?
Sim, parabéns aos que fazem artigos ensinando a fazer os dispositivos funcionando. Sem dúvida nenhuma, seu artigo é útil. O que não concordo é com a exaltação justamente do inimigo da automatização; o ideal era você não ter que ter esse trabalho todo.
"enquanto não chegam nesse ponto, vamos fazendo a coisa funcionar e mostrando para os outros como fazer isso." --> eu não poderia expressar melhor e concordo 150%. Adiciono ainda que seria bom termos alguma infra-estrutura de programação boa para que pudéssemos com uma receita só automatizar qualquer passo desse de maneira ótima, desde a autodetecção até a configuração.
Patola, "Arquivo > Preferências > Dispositivo de entrada > ..." não funciona, nem no Ubuntu, sua distribuição favorita (a qual não tenho nada contra) onde essa tablet estava configurada antes. Tem que inserir essas configurações do xorg.conf que eu coloquei aí e configurar as aplicações para que ela funcione adequadamente. Espero que ajudem quem precisar.
Inclusive, antes do kernel 2.6.24, você tinha que compilar o módulo do kernel não importasse que distro você estava usando. Quem sabe isso já venha ativado no kernel padrão do Slackware nas próximas versões (parece que no Ubuntu já está vindo), pois como disse, o módulo agora faz parte do kernel, aí é só alterar o xorg.conf e utilizar as dicas acima, se por acaso a distro não configurar o dito cujo automaticamente após detectada a tablet.
E, de boa, usar um menu ou não é uma escolha que pelo menos para mim não é questão de ser "l33t" ou não. Não preciso provar nada desse tipo. Você é que pega demais no pé do Slackware.
Se você considera qualquer artigo que vá na contramão do que você pensa ou usa uma agressão que chega ao ponto que te faz engolir alguma coisa ou que representa *sempre* alguma forma de exaltação das qualidades do Slackware, você está com problemas. Eu uso Slackware e nada mais coerente do que fazer posts com dicas para ele.
Default? Que que tem default?
Concordo que seria bem mais fácil plugar e sair usando. Parabéns para as distros que trabalham para isso, mas enquanto não chegam nesse ponto, vamos fazendo a coisa funcionar e mostrando para os outros como fazer isso. Meus pêsames àqueles que acham ruim qualquer iniciativa de ajuda desse tipo. É um meio de guardar minhas anotações e uma tentativa *autêntica* de ajudar quem precisar.
"Arquivo > Preferências > Dispositivo de entrada > ..."? Ah, pára. Vai usar menuzinho de aplicação e deixar de ser l33t? Muda pelo gconf ou edita os arquivos, poxa. Assim pelo menos essa parte vai ficar consistente com o resto do tutorial. Não é a filosofia do Slackware? Keep It Stupid, Son.
Não engulo, nunca vou engolir e considero que quem diz que engole a "filosofia" anti-engenharia do Slackware não está sendo - nunca - coerente. Ele não é mais simples, não é mais parecido com outros Unixes, não é mais rápido nem mais leve.
Ah, por último, "default" não é padrão, uma tradução melhor de "por default" seria "por omissão" (ou "por defeito", como diriam os portugueses)... Mas padrão não, pára, não queira padronizar o que não é.
O ideal é plugar a placa, ela ser reconhecida e ativada. Opções de configuração deveriam vir junto. E ponto. Parabéns para as distribuições que trabalham ativamente para melhorar essa situação e meus pêsames àquela cuja preocupação é preservar a obscuridade nesses tempos modernos.
OMG! Meu sonho de consumo atual é uma Bamboo!!! Mas por inúmeros motivos acabei deixando um pouco de lado (um deles era a falta de informação e de tempo para ir atrás de dicas e recomentações...). certamente voltarei aqui.
abraços!