Eustáquio Rangel

Desenvolvedor, pai, metalhead, ciclista

Feliz 2008!

Publicado em General


E mais um ano se foi. Esse vai ser o ultimo post de 2007, depois, só no ano que vem, ou seja, talvez amanhã se eu estiver inspirado e der tempo. Pensando melhor, amanhã não, mais provável durante o resto da semana, já viu, muita comelança deixa a gente com sono. Geralmente no final de ano estou meio rabugento, por causa do alvoroço que essa época se tornou: muito corre-corre, empurra-empurra, todo mundo com pressa, gente tomando todas e mais uma fazendo altas bobagens por aí, muito movimento nas estradas que cria perigo para quem viaja, toda essa infra-estrutura exagerada criada, seja por marketing ou por tradição, que as vezes destoa e muito da intenção original das festas de fim de ano e acabam sufocando os bons momentos da intenção original para as noites do dia 25 e 31 a custo de muita pressão nos dias anteriores.

Mas não poderia deixar um pouco a atitude meia estressada de lado e de fazer um post no último dia do ano, ainda mais para comemorar o 500o. post alguns dias atrás e fazer um voto de tudo de bom para vocês. Para quem acompanha aqui desde o início, obrigado por prestigiar essas 500 vezes que eu escrevi alguma coisa, para quem chegou depois, espero que vocês gostem das próximas 500 coisas (e se Deus quiser, bem mais) que eu escrever por aqui.

Aproveitando o chavão "se Deus quiser", que alguns até de certa forma utilizam automaticamente por causa de costumes absorvidos desde criança, gostaria de desejar para todo justamente o que disse que fica sufocado no confusão exposta ali em cima, as coisas boas, mais precisamente, a fé nas coisas boas no ano vindouro. Fé e coisas boas podem ter interpretações interessantes, que variam bastante de pessoa para pessoa, mas em um âmbito geral, formam uma dupla muito poderosa que nos traz conforto e esperança, e é o que eu desejo para todo mundo nesse post, afinal, estamos todos conectados de uma forma ou de outra, não? Como irmãos, almas ou no nível atômico, longe da macroescala (como diria Feynman, "há muito espaço lá embaixo"), de algum jeito temos uma representação de sermos um todo.

Sei que tem alguns amigos que acessam aqui que são ateus, e quero deixar claro que não tenho problema em relação a isso, cada um acredita no que quiser, e nesse caso pode-se encarar a fé na minha mensagem sem o escopo mais religioso e místico da coisa, mas mesmo assim ela ainda mantém a sua aura intangível como uma coisa, digamos, bonita, por mais que os Dawkins e Pinkers da vida tentem reduzir a um nível mais frio e calculista.

Longe de mim criticar de maneira negativa ou me opor ao que vocês acham das teorias de alguns desses gigantes, os quais devo admitir que tenho admiração pelas obras, mas que me dou a liberdade de não concordar em alguns pontos, que espero que seja respeitada de maneira recíproca. Vejam bem, sou um cara que lê mais coisas do lado científico do que do lado religioso, mas algumas reduções e simplicações da ciência me parecem muito, digamos, cruas, e de certa forma até um jeito triste de enxergar as coisas e que podem reduzir o teor dessa minha mensagem de "tudo de bom". Tenho que expressar isso para tentar transmitir essa minha mensagem.

Talvez eu até pudesse acreditar em algumas teorias de uma maneira mais intensa ANTES de ser pai, mas fico pensando na carta que o Richard Dawkins enviou para a sua filha Juliet Emma Dawkins quando ela tinha 10 anos. Na carta Dawkins procurou talvez dar uma visão mais "realista e crua" do mundo e da vida para a sua filha, sendo enfático na parte de referências de muitas coisas que não podiam (e podem) ser provadas. Aí entramos em um ponto interessante: algumas coisas que Dawkins tentou desmitificar e simplificar, tambem não tem provas de que não existiram ou existem! E nesse caso, eu não vejo problema em difundir alguma dessas idéias se elas contém uma mensagem bonita, seja para a minha filha ou para vocês. Acreditem, antes de ser uma crítica a maneira da ciência eu quero é reforçar o desejo de uma coisa boa para todo mundo que está lendo isso.

Como diria Karl Popper, uma idéia cientifica nunca pode ser provada como verdadeira pois não importa quantas observações parecem concordar com ela, um simples teste pode provar para sempre que ela está errada. Segundo Popper, o critério do status científico de uma teoria é sua falseabilidade, a sua refutabilidade e a sua testabilidade. Mesmo nosso querido Albert Einstein disse: "nenhum tanto de experimentação pode provar quer estou certo; um simples experimento pode provar que estou errado". No caso das referências de Dawkins, mesmo com a falta de referências que provem que certas coisas mistícas, intangíveis e talvez até, religiosas (se é que dá para desvincular uma coisa da outra), são verdadeiras, como provar que são falsas? Longe de qualquer pregação, mas para que refutar algumas coisas com mensagens tão bonitas se essas referências contrárias não existem, e se, olha só, a ciência atualmente nem teria condições de prová-las como falsas? Eu prefiro ficar prestando atenção nas descobertas da ciência mas ainda manter a aura mística em várias coisas que me dão uma visão, digamos, mais romântica da vida e do mundo que me permite desejar tudo de bom de uma maneira menos calculista. :-)

Se você leu até aqui e achou que estou falando abobrinha, talvez até esteja meio bravo com a minha interpretação e talvez eu deva reduzir a intenção original do post para um "tudo de bom para você" no sentido do desejo que haja o colapso de possibilidades quânticas de maneira que resultem em fatos positivos no ano que vem. Se você leu até aqui e não prestou muita atenção no cunho científico e acredita como eu em uma coisa bonita na questão de fé e coisas boas, não preciso falar mais nada. Mas que todos interpretem esse post como um desejo bom para vocês e para todos os seus entes queridos. Que 2008 seja um grande ano para todos nós, independente do que acreditamos.

Feliz 2008!




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